Quando o delegado de Polícia Leonardo Werther embarca no metrô em São Leopoldo, leva com ele todos os leitores, que a essas alturas já sabem do crime ocorrido no centro de Porto Alegre. Trata-se da terceira vítima do serial killer que vai nos desafiar até a última página. Ninguém viaja de graça – todos deixarão um pouco de sua alma nesse trajeto. Seus medos, suas aflições e seus segredos vão embarcando (ou desembarcando?) aos poucos em cada estação, puxados ou empurrados pelo delegado. Leonardo Werther é uma figura desenhada com tão meticulosa maestria que não deixa dúvidas do quanto de humanidade, trabalho e paixão o autor dedicou para criá-lo. Cada leitor se transforma num fiel cúmplice à medida que os amores, as histórias e os conflitos pessoais do personagem vão sendo revelados.
O cenário é quase sempre uma Porto Alegre fria e chuvosa. Quem é gaúcho sabe do que estou falando, e quem não é vai sentir o vento frio cortando em cada esquina desse agosto. É lá que, desde o início, o autor vai revelando com perspicácia os ingredientes de sua história: crimes, investigação, intenções, motivações e revelações surpreendentes.
Um conselho? Pegue um lugar na janela.
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